Justiça do Ceará suspende resultado de vestibular por suspeita de fraude


Do G1 CE, com informações da TV Verdes Mares Cariri

A Justiça Estadual determinou a suspensão da divulgação dos aprovados no vestibular de uma faculdade em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará, por suspeitas de fraude na realização da prova. A decisão é do juiz José Acelino Jácone de Carvalho, que aceitou o pedido da defensoria pública. A decisão é liminar, e a Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ) afirmou que vai recorrer da decisão.
A prova foi realizada em junho e o resultado dos aprovados deveria ter sido divulgada nesta quarta-feira (4), mas com a decisão, apenas o gabarito da prova está disponível no site da escola de ensino superior. O defensor Rafael Vilar, que denunciou a suposta fraude, afirma que a divulgação dos aprovados prejudicaria quem se diz lesado pelo processo.
A diretora da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte, Ângela Gimbo, nega a possibilidade de fraude. "Não houve fraude, podemos afirmar isso, e temos todas as provas. A faculdade tem a tranquilidade para responder a todas as questões desse processo.
Segundo defensor, há fortes indícios de fraude na prova. "Primeiramente pela frouxidão da fiscalização e forte indícios, com declarações de professores, de que as questões teriam vazadas antes do dia da prova", afirma Rafael Vilar. O promotor ouviu 25 pessoas, entre professores e alunos.
Segundo o professor Sandro Leal, que depôs à defensoria pública, outros professores anteciparam questões a um grupo de alunos. "Um professor foi procurado no sábado à noite para resolver algumas questões e essas mesmas questões caíram na prova no domingo. Alguns alunos também comentam que as provas chegaram às salas sem envelopes, elas estavam abertas", diz Leal.
Com os indícios da suposta fraude, a defensoria pública diz que vai coletar mais provas e pedir a anulação definitiva do vestibular. "Nós estamos colhendo mais provas para dar ensejo a essa nova demanda para, verificando a existência de várias fraudes, pedir inclusive a anulação do concurso", diz o defensor.
Rafael Vilar diz ainda que, caso se confirme a fraude, os suspeitos podem responder por crime civil e criminal por fraude de concursos públicos, cuja pena é de um a quatro anos de prisão
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