A internet para os cegos


Se você tem visão normal, talvez nunca parou para pensar como as pessoas cegas acessam a internet. Pense em como deve ser difícil para um cego ter acesso às informações de um texto longo como esse, em um mundo onde as letras escritas não dizem nada e noções como layout, parágrafos e espaçamento simplesmente não existem.
Mas, para que os deficientes visuais acessem a rede mundial, são necessárias uma série de adaptações fornecidas por softwares, e os programadores ainda encontram dificuldades para resolver algumas.
O que os tais softwares fazem (Voice Over e JAWS são exemplos), basicamente, é converter o texto escrito de uma página em narração sonora. Os programas mais modernos são capazes de “ilustrar” um texto, sonoramente, com uma boa precisão. Os parágrafos são separados por intervalos regulares, os adendos no texto e legendas de fotos são lidos em entonações diferentes, que permitem a identificação. Para isso ser possível, os desenvolvedores do software já solucionaram alguns problemas, mas há outros ainda por resolver.
Imagine uma página qualquer. Pense em todos os textos que você viu hoje e calcule a porcentagem de artigos que você leu por completo, de cabo a rabo. Poucos, não é? O olho e o cérebro humano são seletivos, e vão diretamente para os pontos que interessam mais. Imagine um cego que busca uma informação importante que só aparece no último parágrafo , digamos, depois da 40ª linha. Ele perderá muito mais tempo na internet do que você para conseguir o que deseja. Mas esta dificuldade já está sendo superada, segundo os cientistas. O problema da vez, agora, diz respeito à padronização da formatação textual do que está disponível na internet.
Essa padronização envolve vários processos. Alguns exemplos são o modo como o site registra nas postagens as palavras em itálico, em negrito, as divisões por parágrafos e a organização das palavras em boxes ou em espaços especiais. Sites com vários estilos, entradas para postagens e linhas divisórias, tais como o Facebook, também são difíceis de codificar. Como os cegos não podem apreciar a diferença de elementos visuais na página, existe uma versão do site especialmente compactada para pessoas com deficiência visual. O mecanismo que se desenvolveu para ele, segundo os especialistas, tornou alguns sites “auditivos”, de uso ainda mais fácil que o comum. Os cegos não apenas estão abrindo espaço na internet, como tendo algumas vantagens. Mais do que na hora, né?[MSN]

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