paralisações de portuários Escoamento da safra de frutas já preocupa

Em busca de audiência com o governador, fórum de sindicatos do Pecém protocolou pauta com dez reivindicações
Com a iminência da safra de frutas de 2011, o Fórum Unificado dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Futcipp) cogita uma greve que se estenda até o começo do segundo semestre do ano, período no qual se iniciam os envios de cargas a partir do porto.

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Segundo os representantes dos sete sindicatos que compõem o movimento, a falta de diálogo comprometeria a operação do terminal, trazendo, consequentemente, dificuldades no embarque das frutas.

Consultado, o presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel, considera como "grave" essa ameaça e garante que perdas irreparáveis poderão ocorrer caso a greve se torne realidade.

"O que nós esperamos é que a negociação deles evolua até a data", declarou lembrando que o embarque e desembarque dos produtos já será dificultado este ano por conta das obras de ampliação em curso.

Sobre a quantidade de cargas em trânsito no porto, ele garantiu que não há grandes expectativas para este ano, "mas o Porto do Pecém é responsável pelo envio de outros produtos". Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da CearáPortos - empresa que administra o Porto do Pecém - informou que "ainda não existe previsão de quando os navios que farão o transporte dos produtos da safra chegarão ao Porto do Pecém". Segundo garantiu, "estão acontecendo, agora, as reuniões com armadores e clientes" e só "entre final de agosto e começo de setembro é prevista a chegada do primeiro navio".

Mucuripe no foco
As ameaças de paralisações dos funcionários, que já afetam o Pecém, podem ser estendidas ao Terminal do Mucuripe. A informação foi repassada por representantes do Futcipp, que garantiram o recebimento de reclamações a respeito de condições insalubres de trabalho por conta dos descarregamento de coque de petróleo e cimento, realizadas nas instalações do porto da Capital. "A nossa intenção é debater junto aos cinco sindicatos de lá. E aí, vamos ver se seremos ouvidos, afinal serão 12 sindicatos juntos", ressaltaram os sindicalistas.

Em nota, a administração do Mucuripe, a Companhia Docas Ceará, garantiu que nenhuma queixa chegou à diretoria e informou que "os trabalhadores portuários avulsos utilizam todos os equipamentos de proteção individual exigidos pela legislação de segurança do trabalho". Já o presidente do Sindicato dos Estivadores, Edízio Lima, disse que há conversas sobre as condições citadas pelos representantes do Fórum, mas que os funcionários do Mucuripe nunca manifestaram interesse em parar suas atividades, "apesar de a máscara usada ainda não ter o filtro adequado para a função". O contato com o Futcipp também não foi confirmado.

Pauta de reivindicações
Adotando outra estratégia, o Futcipp tentou audiência com Cid Gomes, na manhã de ontem. No entanto, sem a presença do governador, apenas protocolaram uma pauta com dez reivindicações. Desta vez, segundo o representante do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Estadual do Ceará, Hernesto Luz, eles querem a intermediação do Governo para impedir que a CearáPortos recorra à medida favorável, concedida pela justiça aos sindicalistas, concedendo os 30% sobre o risco de vida.

ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER

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