massas e biscoitos Derivados do trigo devem subir até 10% no CE


Com diminuição na produção do insumo, preço da farinha de trigo tem alta que reflete nos biscoitos e massas
O preço das massas e biscoitos devem subir entre 6% a 10% para os consumidores do Ceará até agosto. O reajuste decorre do aumento de 15% a 20% no valor da farinha de trigo. No caso do repasse, para o preço do carioquinha, o setor da panificação está descrente da alta da farinha de trigo nos moinhos.
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Segundo o presidente da Associação Norte Nordeste da Indústria do Trigo, Roberto Schneider, nos Estados Unidos, o trigo fechou na sexta-feira passada a US$ 370, a tonelada.

De janeiro até maio, o preço do trigo importado pelo Brasil aumentou 22%, passando de US$ 295,62, em janeiro último, para US$ 334,11 em abril, e agora chega aos moinhos a US$ 360, a tonelada, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Em 2010, o preço do trigo variava entre US$ 180 e US$ 220 no primeiro semestre e entre US$ 280 a US$ 295 no segundo semestre. Desde dezembro último, o preço da farinha de trigo nos moinhos varia entre R$ 76 a R$ 78, o saco de 50 quilos. Esta média é que vai subir de 15% a 20% para a indústria de massa e biscoito.

Escalada
A escalada é consequência de problemas climáticos em países produtores, o que derrubou o volume e a qualidade do trigo. Schneider diz que o Ceará importa trigo, principalmente, da Argentina, onde a safra será 10% menor neste ano, caindo de 15 milhões de toneladas do ano passado 13,5 milhões de toneladas. No Brasil, a safra de trigo prevista para este ano é de 4,8 milhões de toneladas, volume 18,6% inferior às 5,9 milhões de toneladas produzidas em 2010. De acordo com Schneider, a qualidade do trigo caiu nos dois países.

"Não vai faltar trigo, mas precisamos encontrar soluções para a queda da qualidade", diz. "O Ceará vai continuar a importar da Argentina, mas vai trazer também dos Estados Unidos e Canadá". Nestes dois países, problemas climáticos também derrubaram a produção, o que elevou o preço do trigo norte-americano. De acordo com Schneider, no ano passado, a safra mundial resultou em 65% de trigo de boa qualidade. Hoje, essa oferta caiu para 35%.

Aumentos
Além do preço da matéria-prima, o dirigente diz que os moinhos também enfrentam altas na energia elétrica de 8% a 10%, nos salários da mão de obra após dissídios que reajustaram os salários entre 6,5% a 7%, e no custo da embalagem que subiu 20% por conta do petróleo. Todos esses aumentos foram registrado no primeiro semestre deste ano.

O presidente do Sindtrigo, Luiz Eugênio Pontes, projeta reajuste entre 6% a 10% no preço dos biscoitos e massas. Ele que é também diretor corporativo do M. Dias Branco diz que os produtos do grupo serão elevados pelo menor índice, 6%.

O presidente do Sindipan, Lauro Martins, ainda não fala em reajuste no preço do pão. "Se houver aumento no valor da farinha de trigo, as padarias vão repassar. Mas, estamos acreditando que não vai sair o reajuste porque de junho a agosto entra a safra de trigo do hemisfério Norte. Se vai ter mais trigo, dificilmente haverá pressão na farinha", analisa Martins.

CAROL DE CASTROREPÓRTER

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