Elas querem mais espaços na Casa



Entre titulares e suplentes a Assembleia Legislativa conta, hoje, com nove
 mulheres representando os diversos municípios cearenses. O número de
 cadeiras conquistadas é bem maior se comparada à legislatura anterior,
quando apenas três deputadas conseguiram espaço no Legislativo estadual,
 majoritariamente ocupado pelos homens.

Das 46 vagas para deputado estadual do Ceará a maioria sempre
 é conquistada pelos homens, embora o eleitorado feminino seja
 bem mais expressivo . As parlamentares, até o momento, ainda
 não garantiram espaço na Mesa Diretora e nunca a Assembleia
 do Ceará teve uma mulher como presidente.

Mas para algumas deputadas é somente uma questão de tempo para
que as mulheres comecem a garantir aquele espaço que, historicamente,
sempre foi alcançado pelos homens. Atualmente das 18 comissões
 permanentes da Casa quatro são presididas por mulheres, sendo
que uma, a da Infância e Adolescência, é composta somente
 de deputadas.

Difícil

As que conquistaram espaço no Legislativo estadual afirmam que
 garantir a participação feminina nas casas legislativas ainda é tarefa
difícil, pois enfrentam alguns obstáculos que não são encarados pelos
 homens, como o preconceito social de gênero.

A deputada Ana Paula Cruz (PRB) afirma que ainda há muito machismo
 e falta de incentivo para que mais mulheres ocupem seus espaços na política.
 Ela defende que haja um percentual definido não apenas de candidaturas,
mas de cadeiras no Parlamento para as mulheres, de pelo menos 30%.

Asseverar esses espaços, neste momento, segundo a parlamentar é
essencial, pois por enquanto, homens e mulheres, na maioria das vezes,
não competem na política de igual para igual. Para ela não será fácil alcançar
 espaços de destaque no Parlamento, como uma vaga na Mesa Diretora ou
a presidência do Poder.

Ana Paula Cruz avalia que o foco atualmente deve ser de conseguir mais
cadeiras no Legislativo, pois quanto mais mulheres, mais vozes para levantar
 bandeiras e direitos ligados ao universo não só feminino, mas também de
crianças, idosos e das famílias, assuntos mais debatidos pelas parlamentares.

Demorando

A deputada Rachel Marques (PT) também segue a mesma linha de raciocínio
da colega parlamentar. Deve-se garantir uma maior quantidade de mulheres
no Parlamento brasileiro. A petista defende que seja implantada pela Reforma
 Política atualmente em discussão, no Congresso Nacional, uma lista pré-ordenada
 paritária com alternância de gêneros, o que garantiria mais candidaturas e eleições
de mulheres.

Na sua avaliação, atualmente há uma sub-representação feminina nas casas
 legislativas. Embora as mulheres venham garantindo um crescimento no
número de eleitas a cada legislatura, esse aumento, segundo a petista,
 ainda é muito pequeno.

A deputada Eliane Novais (PSB), desde o início da legislatura, pretende
 criar na Assembleia, uma subcomissão em defesa das mulheres, para
debater assuntos referentes a esse gênero. No seu entendimento as
 mulheres estão demorando para entender que o Parlamento também
 é um espaço delas e, como tal, deve ser ocupado.

Quando vereadora ela apresentou um projeto para a presidência da Câmara
 Municipal de Fortaleza para que a Mesa Diretora tivesse, pelo menos, uma
mulher. Na Assembleia ela pretende ter a mesma iniciativa, para que no
 próximo biênio uma das parlamentares que hoje exercem mandato na
Casa, possa também estar entre aqueles que dirigem o parlamento
cearense.

Fonte: Diário do Nordeste

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