Índice de reincidência entre jovens infratores é considerado alto no CE






Dados dos centros socioeducativos para jovens infratores mostram que o índice de reincidência entre mulheres, em 2010, era superior a 50%. Entre os homens, de acordo com os centros, o índice é ainda maior. Segundo a diretora do Centro Educacional Aldaci Barbosa Mota, Elisa Barreto, a reincidência poderia ser menor se o retorno para casa não fosse problemático. “Quando voltam para casa, eles têm acesso à droga muito fácil, influenciados pelas amizades, às vezes a própria família rejeita. O grande desafio aqui é acreditar sempre que é possível”, pontua a diretora.

Diferente do que acontece com adultos, jovens que cometem infrações criminais têm as medidas punitivas correndo em segredo de Justiça, ou seja, nada fica registrado na ficha criminal dos adolescentes. Fator que, em muitos momentos, influencia no aliciamento de jovens com, ou sem, antecedentes criminais por parte de adultos.

Segundo o diretor do Centro Educacional Dom Aluísio Lorscheider, Haroldo Ribeiro, a internação só é realizada quando os atos infracionais são considerados graves. O tempo de internação pode variar de 45 dias a três anos e as atividades de reabilitação contam com o trabalho de profissionais da educação. “Mas nós atuamos junto com a família também, não adianta apenas a equipe técnica do centro ajudar. A família tem de fazer sua parte”, destaca Ribeiro.

O Centro Educacional Dom Aluísio Lorscheider foi um dos primeiros a incluir oficinas profissionalizantes para facilitar o retorno dos jovens ao mercado de trabalho. Cursos de carpintaria, grafitagem, corte e costura e aulas de músicas são alguns dos cursos oferecidos. “Se eu tivesse tido oportunidade antes. Se eu tivesse pensado antes, teria procurado não fazer o que fiz. Mas a gente só se arrepende depois que faz”, diz um dos jovens do centro de internação.

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