Médicos param unidades do SUS em 21 Estados amanhã


Médicos de unidades do SUS (Sistema Unificado de Saúde) em todo o Brasil
 vão parar nesta terça-feira (25) em protesto contra as baixas remunerações e as
 más condições de trabalho na rede pública. Serão interrompidos os atendimentos
 a consultas e exames em ao menos 21 Estados --estão garantidos os
 atendimentos nas unidades de emergência e urgência.

A paralisação durante toda a terça-feira está confirmada nos Estados do Acre,
 Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão,
 Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande
do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe.

No Estado do Piauí a paralisação vai durar três dias. Em São Paulo e Santa
 Catarina, somente algumas unidades param e por poucas horas.

Em São Paulo, foram confirmadas paralisações nos hospitais Emílio Ribas,
 Hospital do Servidor Estadual e no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
Em Santa Catarina, os médicos vão parar por apenas uma hora.

No Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro
 e Tocantins a rede não para --serão feitos apenas protestos e manifestações.

As paralisações são compulsórias --as unidades de atendimento
 têm autonomia para escolher se aderem ou não.

Com nome de ´Movimento Saúde e Cidade em Defesa do SUS´,
 as manifestações são organizadas pela por uma comissão composta
por representantes do CFM (Conselho Federal de Medicina), da AMB
 (Associação Médica Brasileira) e da Fenam (Federação Nacional dos Médicos).

REIVINDICAÇÕES

Uma das pautas da mobilização é o reajuste dos honorários médicos.
Segundo a Fenam, o salário-base médio de um médico no SUS é de R$ 1.946,91,
variando de R$ 723,81 a R$ 4.143,67. O vencimento básico, que representa cerca de 50% do pagamento ao médico, deveria ser R$ 9.688, segundo cálculos feitos pela federação.

As entidades apontaram outra deficiência da rede pública: a queda no número de
 leitos normais e de UTI. Entre 1990 e 2001, o país perdeu cerca de 203 mil leitos no SUS, segundo dados apresentados pela comissão.

Aloísio Tibiriçá, 2º vice-presidente do CFM, relembrou o movimento dos médicos
no mês passado, em defesa de melhores honorários nos planos de saúde, e comparou
 os dois sistemas --o público e o privado. ´Os planos de saúde gastam 55% de toda verba em saúde para atender a 25% da população. E o SUS, que atende a 75% dos brasileiros,
 usa 45% do que é gasto em saúde no país.´

´Com a mobilização queremos chamar a atenção das autoridades para a necessidade
 de mais recursos para a saúde, melhor remuneração para os profissionais e melhor
assistência à população´, afirma Tibiriçá.

SÃO PAULO

Para chamar atenção para o movimento, médicos vão ´envelopar´ com a bandeira
 do Brasil a sede da APM (Associação Paulista de Medicina), no bairro da Bela
Vista, centro de São Paulo.

Depois, farão protesto na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de
São Paulo para denunciar as más condições de trabalho. Na rede estadual,
salário é de R$ 1.700,00 e, na capital, de R$ 2.200,00 para 20 horas semanais. 
Folha.com

Comentários

Postagens mais visitadas