Ceará tem 1 milhão de usuários de planos de saúde particulares
Cerca de 1 milhão de cearenses são usuários de planos de saúde, segundo estimativa da Agência Nacional de Saúde (ANS).
O questionamento de médicos e usuários é se os planos de saúde investiram o suficiente em atendimento. Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (Simec), José Maria Pontes, a resposta é não.
O médico explica que com uma melhora na renda da população, a classe C investiu em planos de saúde, mas nem sempre tem o serviço que espera. “Infelizmente pagam muito mal e os médicos preferem trabalhar menos e ganhar mais. Lamentavelmente há uma reclamação geral. Se promete uma coisa e se dá outro tipo de atendimento bem pior”, avalia Pontes.
Os hospitais particulares de Fortaleza passaram a atender mais este ano. Uma realidade que se conhecia só na rede pública. Uma das razões está em um “número recorde” dos planos de saúde.
Na emergência do Hospital Unimed Fortaleza, no Bairro São João do Tauape, todas as cadeiras para a espera estavam ocupadas. O hospital pertence ao maior plano de saúde do Ceará, com 380 mil clientes só na capital cearense, onde a procura por atendimento aumentou 63% de fevereiro até agora. Só no mês de maio, 18 mil pacientes buscaram serviço, a maioria em casos de virose e dengue. Quase o dobro do movimento de rotina.
O diretor técnico do hospital Unimed Fortaleza, João Batista Silva, justifica que as equipes foram ampliadas. “Os pacientes que são avaliados ou com suspeita de dengue são acompanhados no ambulatório no segmento diferenciado”, acrescentou.
No Hospital São Carlos, no Bairro Dionísio Torres, os médicos nunca receberam tanta demanda como agora. O aumento chega a 200%. “A gente notou uma demanda elevada desde janeiro. Cheguei a atender 870 pacientes no mês passado. O normal são 150”, afirmou o cardiologista João Roberto Martins.
Atendimento disputado também no Hospital Antônio Prudente, no Bairro São João do Tauape, onde são atendidos usuários do plano Hap Vida, com 351 mil clientes em Fortaleza. No hospital, há muitas crianças com viroses. Segundo a direção, em média, 600 atendimentos de pediatria são feitos por dia, o que representa 40% a mais do que o mesmo período do ano passado.
O hospital informou que controla o tempo de atendimento. “Todo o usuário que chega na nossa unidade, precisam ter o primeiro atendimento em até 15 minutos. Mas nós estamos dando um atendimento nesse período de virose, em até 27 ou 28 minutos”, informou o supervisor da rede hospitalar, Sales Júnior.
Para Randal Pompeu, da Associação dos hospitais particulares, os convênios e as caixas de seguro, precisam entender que toda essa demanda gera um custo. “A gente já tem um lapso temporal. Para receber, em média 60 a 90 dias, um atendimento feito hoje, com todas as obrigações que os hospitais particulares precisam ter. Desde o pagamento da energia, o imposto ao profissional”, disse
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