Rio+20 entra no segundo dia de negociações entre países


A delegações dos 193 países que participam da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, entram no segundo dia de negociações nesta quinta-feira (14), em busca de um consenso para um documento a ser assinado pelos líderes mundiais que vêm ao Rio de Janeiro na próxima semana.

Na quarta-feira, o Brasil e os países-membros do grupo G77+China apresentaram a proposta de criação de um fundo de US$ 30 bilhões por ano para fomentar o desenvolvimento sustentável no mundo. A proposta ainda será debatida durante as negociações.
Uma das salas de negociações da Rio+20 (Foto: Giovana Sanchez/G1) 
De acordo com o negociador -chefe brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, a solução foi apresentada como forma de resolver o tópico "meios de implementação" do documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que deve terminar no próximo dia 22. “Meios de implementação” significa a estrutura que viabilizará que os países consigam alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável que a conferência também deve produzir.


"O G77+China teve a ideia de criar um fundo para o desenvolvimento sustentável nos níveis de US$ 30 bilhões e essa é uma proposta que conta com grande respaldo dentro do grupo e faz parte da negociacao conduzida", disse Figueiredo.

O negociador-chefe afirmou ainda que até a quarta-feira havia consenso entre os países em apenas 25% do texto final que os diplomatas estão redigindo, mas, segundo ele, o número aparentemente baixo não dá a “ilusão” de que houve pouco andamento nas negociações.
O secretário-geral da Rio+20, o chinês Sha Zukang, ri durante entrevista coletiva para falar sobre os eventos que acontecem nesta quarta (13) na Rio+20 (Foto: Celso Pupo/Fotoarena/Folhapress)
Figueiredo explicou que os delegados presentes foram divididos em dez grupos de discussão para sintetizar as opiniões dos países. Antes da Rio+20, o rascunho do documento chegou a ter cerca de 270 páginas, mas foi reduzido para menos de um terço disso nas rodadas de negociações pré-conferência, que aconteceram em Nova York.

Os países sairão do Brasil com um acordo final de cunho político, mas de cumprimento não obrigatório, e com compromissos voluntários dos governos e organizações interessadas.Documento final
O texto final deve apresentar propostas para que os países sejam capazes de desenvolver sua economia sem impactar o meio ambiente e erradicando a pobreza extrema – os pilares da chamada “economia verde”.

Organizações não-governamentais e demais representantes da sociedade civil criticam a falta de acordo entre as nações e o próprio documento, designando-o como “fraco” e “sem metas obrigatórias”.

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