MARCHA Em defesa do parto em casa


Mobilização reivindica direito de escolha da gestante e repudia decisão dos Conselhos de Medicina

Foto - Mais de 50 famílias foram à Praia de Iracema para pedir a humanização do parto e melhoria das condições da assistência obstétrica e neonatal Crédito: Kid Júnior

A luta pelo direito de escolha do parto em casa levou ontem, ao aterro da Praia de Iracema mais de 50 famílias favoráveis à causa. A mobilização veio como forma de repúdio à decisão dos Conselhos de Medicina em punir profissionais que compreendem como sendo da mulher a decisão sobre o local do parto.

Entre as reivindicações, está a humanização do parto e nascimento e a melhoria das condições de assistência obstétrica e neonatal no País. Também foram denunciadas as altas taxas de cesarianas, que posicionam o Brasil entre os primeiros do ranking mundial.

A doula - profissional que dá suporte às grávidas na hora do parto - e instrutora de yoga para gestantes Kelly Brasil, 32 anos, participa deste tipo de parto desde 2009 e, de lá para cá, ela comenta que a procura é crescente pela famílias cearenses. "Hoje, as pessoas têm mais informação e sabem que o parto é um evento fisiológico e familiar, o que traz vários benefícios para a criança", explicou.

No último dia 10, o programa Fantástico, da Rede Globo, veiculou matéria sobre o parto domiciliar, o que causou bastante repercussão. O médico-obstetra e professor da Universidade de Federal de São Paulo (Unifesp), Jorge Kuhn, foi entrevistado e defendeu o domicílio como um local seguro para o nascimento de bebês de mulheres saudáveis e com gravidez de baixo risco.

No dia seguinte à matéria, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) publicou nota divulgando que fará denúncia ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo contra o médico Jorge Francisco Kuhn.
THAYS LAVOR
REPÓRTER

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