Frutas e verduras ficarão mais caras no fim do ano

Com elevação no consumo por conta das festas de fim de ano, maioria dos hortifrutis deve registrar alta

Com altas de até 52,5% na Ceasa/CE (Central de Abastecimento do Ceará S/A) em outubro, frutas, legumes e verduras já refletem a tendência de encarecimento para o fim do ano. De um levantamento realizado com os 39 principais produtos, 22 já registraram aumento no mês passado, devendo pesar no bolso do consumidor.
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Pimentão, pepino e vagem lideram as elevações de preços verificadas no mês passado, com subidas de 52,5%, 48,2% e 23,3%, respectivamente.

Segundo o chefe da unidade de informação de Mercado Agrícola da central cearense, Odálio Girão, o tradicional aumento de consumo no fim de ano vai puxar a elevação de preços em geral. "É um período de festas. As pessoas consomem mais e melhor", afirma. Ele ressalta, ainda, que os incrementos na produção não vão ser suficientes para segurar os preços dos hortifrutigranjeiros.

Pepino

"O pepino tem uma safra que se colhe com rapidez. O ciclo é curto", afirma Girão. "Há a tendência de aumento o preço do pepino", projeta. A caixa de 25 quilos do item passou de R$ 12,64 em setembro para R$ 18,73 em outubro. No caso do pimentão, o motivo de alta é a queda na oferta. "A previsão é de que o preço se mantenha neste patamar", projeta. Conforme o levantamento, a caixa de 25 quilos do pimentão subiu de R$ 6,36 a R$ 9,70.

Feijão verde sobe

Outro produto em alta é o feijão verde. O preço do quilo deste cereal sofreu expansão de 10,2%, de R$ 4,06 para R$ 4,48. "É um produto de irrigação, ou seja, a produção não é constante, não é abundante, não tem grande escala para atender à demanda", explica Girão.

"Este produto vai se manter em alta com um consumo crescente", estima. Para o chefe da Ceasa, o quilo do feijão verde deve fechar o ano custando cerca de R$ 6.

De acordo com ele, a maioria dos legumes e verduras vão seguir em alta até dezembro.

Tomate mais barato

No contraponto, está o tomate. O tradicional vilão da inflação, agora, está em baixa. Com queda de 11,6% em outubro, passou de R$ 27,70 para R$ 24,49, a caixa de 25 quilos e, inclusive na última pesquisa da cesta básica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), foi o item que mais influenciou para a redução de 13,7% do conjunto de produtos alimentícios. "Há uma produção muito boa no Ceará e na Bahia", esclarece. "Mas não dá para confirmar se a tendência continua até o fim do ano", ressalta Odálio Girão.

Entre os frutos, a perspectiva também é de alta. Em outubro, de 20 frutas, 11 registraram aumento de preços.

Frutos frescos

As maiores pressões foram anotadas no preço do limão (11%), coco seco grande (10,1%) e maçã nacional gala (7,6%). De acordo com Girão, até o fim do ano, com o crescimento do consumo em festas, os frutos frescos vão estar mais caros, apesar da entrada da produção dos Estados Unidos e de países da América do Sul.

Ele cita, entre outros, a nectarina, pêssego, kiwi, maçã e pêra, todos com tradicional alto consumo neste período do ano. "A melhoria de renda da classe C levou as pessoas a variarem para frutas menos comuns e irem além da laranja, melão, mamão", afirma.

Para baixo

Em outubro, no entanto, houve baixa nos preços do mamão formosa (-22,1%), melão japonês (-20,1%), melão amarelo (-18,7%). Odálio Girão explica que estes recuos no melão devem-se à grande oferta e entrada de outros tipos no mercado, como os melões platini e sapiê. "Essa variedade auxiliou o consumo", diz.

Mais do que os 39 itens pesquisados, a Ceasa oferece 135 produtos entre frutas, legumes e verduras, além de carnes, pescados, aves e ovos.

CAROL DE CASTRO
REPÓRTER

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