Museu passará por restauro no Crato

Será divulgado hoje o resultado da licitação para as obras de restauração do Museu de Arte e Histórico do Crato. O orçamento básico da obra, no valor de R$ 275.158,14, será repassado integralmente pela Secretaria de Infraestrutura do Município. A ordem de serviço para o início da restauração está prevista para a próxima terça-feira. O cronograma de atividades estabelece que a requalificação deverá ficar pronta em um prazo máximo de oito meses. A autorização do início da obra deverá ser dada logo após o resultado da empresa ganhadora da licitação.

O museu está há três anos fechado. De janeiro a fevereiro deste ano, a administração realizou uma exposição intitulada "Acervo Restaurado", para apresentar a população a integridade das obras que foram recolhidas para um acervo técnico. A reforma contempla a recuperação da estrutura de madeira em Pau D´arco, danificado pela ação dos cupins, substituição do assoalho em Ipê, reconstrução do forro, recuperação da cobertura, pré-instalação para climatização dos ambientes, instalações elétricas, recuperação e adaptação dos esquadrilhos de madeira. Além da pintura do prédio e também acessibilidade, com a instalação de um elevador para portadores de necessidades especiais.

A última requalificação feita no local foi realizada na década de 90, onde foram restauradas algumas obras e a pintura do prédio. Mais recentemente, no ano de 2009, o Município recuperou com recurso próprio todo o teto que havia desabado.

A falta de manutenção no edifício, ao longo dos anos, produziu grande degradação em sua estrutura física e, por consequência, causou diversos danos aos acervos museológicos instalados.

Entre as obras do acervo estão peças sacras, fotos históricas da cidade e de famílias tradicionais, móveis que pertenceram a igrejas e a autoridades. Além de alguns objetos deixados pelos índios Cariris. Apesar da importância histórica dos materiais, ainda não foi feito nenhum tipo de catalogação do acervo do local.

A urgência da obra é justificada, exatamente, pela ação do tempo que chegou a comprometer 90% da parte física do imponente prédio histórico. O edifício está atualmente protegido pelo Tombamento Histórico e Arquitetônico Estadual do Ceará, segundo a lei número 9.109, de 30 de julho de 1968. Já a administração museológica tanto do Museu Histórico do Crato, como do Museu de Arte Vicente Leite, que funciona no pavimento superior do prédio, é de responsabilidade da instituição municipal Fundação J. de Figueiredo Filho.

As dificuldades de aquisição de materiais que se adequem a estrutura do prédio, como bitolas de linhas do assoalho geraram mais custos ao orçamento. Devido a isso, o projeto de requalificação não foi iniciado anteriormente.

Parcerias

Segundo o engenheiro e secretário de Infraestrutura, José Muniz de Alencar, o Município buscou parcerias com os governos Estadual e Federal, mas não conseguiu. Ele julga que a reforma é necessária e inadiável. "Tudo isso que até hoje não foi feito aumentou o valor do projeto. Houve uma grande burocracia para conseguir recursos para a execução da reforma. Mas, já demos prioridade a isso. Estamos tendo a preocupação com a estrutura física e acessibilidade ao museu", revela.

Ainda segundo o engenheiro, a dificuldade dos serviços vai estar relacionada aos padrões de construção do prédio, que não seguem os critérios da engenharia. A construção da Casa de Câmara e Cadeia do Crato ocorreu ao longo do século XIX, sendo concluída em 1883. Localiza-se no entorno da principal Praça do Crato, a Praça da Matriz da Sé Catedral, centro histórico da cidade, local onde, entre outros, já abrigara a sede da Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores, Fórum Judiciário, Cadeia Pública e Delegacia de Polícia. Mas, desde o final dos anos 60, abriga os dois museus.

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