PT vai pedir cassação de Bolsonaro, anuncia líder

O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), anunciou que o partido vai enviar representação ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara para pedir a cassação do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). O pedido baseia-se nas declarações preconceituosas feitas pelo deputado no plenário da Câmara na quinta-feira (24), quando atacou a presidenta Dilma Rousseff por causa das políticas federais contra a homofobia.

Guimarães  (vice líder do governo) Paulo Teixeira (líder do PT) Rui Falcão (presidente do PT))

"É um caso grave e merece a análise da Casa para a cassação do mandato. Ele é reincidente", disse o líder. Em nota, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, repudiou com veemência a nova manifestação preconceituosa, discriminatória e homofóbica de Bolsonaro (PP-RJ), atacando "os programas federais contra a homofobia e agindo com total desrespeito à pessoa da presidenta Dilma Rousseff".

"O PT reafirma com orgulho suas bandeiras históricas contra qualquer tipo de discriminação e preconceito. Esta deve ser uma luta permanente de toda a sociedade que se queira democrática, tolerante e que respeite as diferenças, como, aliás, é da tradição cultural brasileira", diz a nota.

O deputado Marcon (PT-RS) pediu para que a fala de Bolsonaro fosse retirada do site da Casa, o que aconteceu. "O deputado é reincidente na quebra de decoro parlamentar. Está passando da hora de a Câmara adotar providências, dando um basta a essas agressões que não condizem com o processo civilizatório, com o papel de um parlamentar e tampouco com a democracia", disse Marcon. "O deputado direitista tem saudades dos anos de chumbo da ditadura militar e não se conforma com o fato de Dilma ser a comandante das Forças Armadas", completou.

Distúrbio psíquico - Para o deputado Fernando Ferro (PT-PE), o caso de Bolsonaro indica evidências de distúrbio psíquico. " Ele tem uma fixação em temas relacionados à orientação sexual que não é supostamente a dele e chega e beirar um quadro clinico. Nos deixa imaginar que tem algo mal resolvido nesta área, possivelmente necessita de tratamento clínico", disse Ferro.

O parlamentar do PT observou que a atitude de Bolsonaro no plenário, a fazer insinuações contra a presidenta Dilma Rousseff, constitui violação à conduta ética e parlamentar. Bolsonaro, conforme lembrou Ferro, já foi alvo de outras ações por suas manifestações de intolerância a pessoas, grupos sociais e instituições.

"Ele já passou dos limites, precisa ser punido pela Câmara", disse Fernando Ferro. Ele afirmou que a Constituição assegura a livre manifestação de opinião, mas há limites. "Não se pode pregar a pena de morte, a intolerância religiosa e sexual , entre outros temas que contrariam as convenções assinadas pelo Brasil em favor da proteção e promoção dos direitos humanos", disse o parlamentar.

Bolsonaro é mais conhecido por suas declarações polêmicas, de cunho homofóbico e antidemocrático, do que por uma relevante produção legislativa.

Fonte: Portal do PT na Câmara

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