RECORDE HISTÓRICO Comércio de Fortaleza atinge 5 mi de consultas ao SPC no 1º semestre

Conforme a CDL, 700 mil nome entraram e 670 deixaram a lista do SPC nos primeiros seis meses do ano, na Capital
1, 2, 3. O tempo que você levou para ler essa curta sequência numérica é o mesmo que separa uma consulta de outra ao Sistema de Proteção ao Crédito (SPC), em Fortaleza. Um sinal, na visão dos varejistas, de recuperação do comércio. Afinal, só no primeiro semestre deste ano, foram 5 milhões de atendimentos para conhecer "como anda" o crédito do cliente. Crescimento de 16,07% ante similar período de 2011. Recorde histórico para todos os intervalos compreendidos entre janeiro e junho, de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza.


Número de atendimentos para checar situação de crédito dos fortalezenses revela, no entendimento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza, que o comércio da Capital fechou a primeira metade do ano em recuperação FOTO: RODRIGO CARVALHO

"O volume de consultas ao SPC é um termômetro de que o consumidor está indo à loja, à financeira, pedindo crédito ou comprando. É um sinal de que o comércio está vivo", reflete o superintendente da entidade, Antônio Carlos Rodrigues. É como se, no primeiro semestre de 2012, a cada mês tivesse ocorrido 833 mil atendimentos; 27 mil por dia; 1.157 por hora; ou 19 consultas por minuto, em Fortaleza. "É a maior quantidade já registrada para um primeiro semestre. É muito bom porque isso está ocorrendo em um momento de crise mundial. Mesmo com todo esse cenário nebuloso, o comércio está reagindo bem".

Inclusões x exclusões

Conforme o superintendente da CDL, o saldo entre consumidores que tiveram seus nomes acrescidos à lista de inadimplentes e os que conseguiram quitar suas contas em atraso foi de 30 mil fortalezenses (que entraram no rol de devedores).

Segundo ele, entre janeiro 700 mil pessoas entraram na lista do SPC, no primeiro semestre deste ano, um aumento de 3,9% em relação a igual período de 2011. Contudo, revela, a quantidade de pessoas que resgataram o crédito foi, praticamente, a mesma. "670 mil clientes tiraram o nome do SPC nos primeiros seis meses deste ano. Um crescimento em relação a igual período do ano passado de 3,06%. Isso mostra que a inadimplência está sob controle, em Fortaleza", conclui Antônio Carlos Rodrigues.

No País

No âmbito nacional, a inadimplência do consumidor do varejo registrou recuo de 0,27% em junho na comparação com igual mês do ano imediatamente anterior.

Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgados, ontem, pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). De acordo com o histórico registrado pelas entidades, esta é segunda vez no ano em que houve queda do indicador. Foi em março, quando a retração havia sido de 11,95% ante o terceiro mês do ano passado.

Em relação a maio, a diminuição da inadimplência constatada em junho foi ainda mais significativa. A queda chegou a 9,44% de um mês para o outro. O desempenho deixou a falta de pagamento no comércio praticamente estável na primeira metade do ano, já que no acumulado do período foi verificada variação de somente 0,09%.

Mesmo com o bom retrospecto, houve queda de 1,1% na exclusão dos registros ao SPC em relação a junho de 2011, no Brasil. Contudo, no acumulado do ano até o mês passado, o desempenho ainda se mantém positivo, com a recuperação do crédito em alta de 1,55%.

Medidas do governo
Os indicadores de junho interrompem um processo de elevação da inadimplência que vinha sendo constatado deste o início de 2012, no País. Na opinião do presidente da CDL Fortaleza, Freitas Cordeiro, já se trata de um reflexo das medidas adotadas pelos governos Federal e Estadual. "As reduções de alíquotas em alguns segmentos, especialmente a do IPI para automóveis, por exemplo, tem ajudado a recuperar as vendas. Mas esse ano definitivamente não vai ser melhor do que 2010 e 2011", contrapõe Freitas Cordeiro.

Vendas caem

De acordo com a CNDL, as vendas no varejo, no País, caíram 2,8% em junho na comparação com idêntico mês do ano passado. É a primeira redução do indicador após 14 meses consecutivos de elevação. Conforme a entidade, a última diminuição foi em março do ano passado, quando as vendas recuaram 5,17% na comparação com março de 2010. O comportamento das consultas foi diferente do Ceará. Segundo a CNDL, houve retração de 5,26% nas consultas ao SPC. Porém, no acumulado do primeiro semestre do ano, o indicador registra alta de 3,7%.

Incentivo e corte de alíquotas na pauta
O governador do Ceará, Cid Gomes, e o secretário da Fazenda, Mauro Filho, serão recebidos por 150 empresários do setor varejista do Estado, na próxima segunda-feira, 9, na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza. A intenção é reabrir o diálogo sobre antigos pleitos dos comerciantes que, na visão destes, poderia desenvolver o segmento em termos de geração de empregos.


Para o presidente da CDL Fortaleza, Freitas Cordeiro, encontro com governador será propício para empresários apresentaram suas reivindicações FOTO: ALEX COSTA
Segundo o presidente da CDL Fortaleza, Freitas Cordeiro, um dos pontos que serão abordados é a adoção efetiva do Fundo de Desenvolvimento do Comércio Varejista (FDCV). "É importante a presença do governador para discutir alguns pleitos nossos, como o fundo de incentivo ao comércio, já regulamentado, mas que na prática não sai do papel. O governo estadual tem sido um parceiro. Se não fossem seus investimentos, o varejo teria mais dificuldades, já que não está indo tão bem neste ano", avalia Freitas Cordeiro.

Ele acrescenta que a presença do secretário da Fazenda, Mauro Filho, também é salutar, pois, a redução de alíquotas é outra solicitação constante dos empresários e, que, segundo ele, tem um reflexo imediato no setor. "A vinda dele (Mauro Filho) e a de Cid Gomes traz confiança ao setor. Existem alguns pedidos de redução de tributo. Claro, são observações de questões dentro da legalidade. Estamos bem perto, por exemplo, de acertar a diminuição no segmento de ótica com a Sefaz", adianta o presidente da CDL.

Ele também afirmou que os empresários, muitos advindos do interior do Estado, vão, um a um, ter espaço para expor seus problemas ao governador e o secretário da Fazenda. O intuito é reivindicar medidas que tragam melhorias e oportunidades de crescimento para o segmento, que tem um peso gigantesco na economia cearense.

Perspectivas

Conforme Freitas, os empresários querem saber do governador do Estado, quais são as perspectivas do Executivo em relação à economia cearense até o fim deste ano.

"Estamos vivendo um seca muito grande. Mesmo com uma boa reserva hídrica, isso tem impacto no comércio. Queremos saber quais as ações do governo nesse sentido e quais as projeções para o restante do ano, além de saber como estamos caminhando até lá. Essa conversa deve trazer ânimo para os empresários da área", conta. (ISJ)

ILO SANTIAGO JR.Repórter 

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