Mosquitos geneticamente modificados combatem a dengue
Cientistas criam mosquitos geneticamente modificados para “sabotar” o Aedes aegypti, inseto que espalha a dengue, uma doença que infecta 50 milhões de pessoas e mata 25.000 por ano, e representa uma ameaça para 40% da população mundial.
sido considerado um sucesso pelos pesquisadores. Essa é a primeira vez que mosquitos geneticamente modificados são liberados na natureza. Até o final do teste de seis meses em um terreno de 16 hectares, as populações de insetos nativas que espalhavam o vírus da dengue haviam caído.
Os pesquisadores criaram milhões de machos carregando um gene alterado chamado “tTA”, que é passado para as fêmeas quando eles se acasalam. Como os machos não picam, ninguém fica doente. Já o gene letal passado impede que as larvas e pupas cresçam de forma adequada, levando-as a morte antes da idade adulta e quebrando o ciclo de vida dos insetos.
Nos primeiros seis meses do estudo, os pesquisadores liberaram um total de 3,3 milhões insetos machos. Eles mediram a depleção da população através de verificações semanais sobre os ovos postos pelas fêmeas. Nos primeiros três meses ou mais, a proporção de vasos contendo pelo menos um ovo aumentou gradualmente, atingindo um pico de mais de 60%. Mas até o final do experimento, a proporção havia caído para 10%.
Os investigadores concluem que o número de ovos despencou porque a maioria estava morrendo como larvas. Os recursos consumidos pelas larvas e pupas condenadas competiam com insetos normais, o que ajudou a reduzir a população.
Agora que a pesquisa já terminou, os pesquisadores vão acompanhar o local para ver quanto tempo a população de mosquitos leva para se recuperar. O objetivo é estabelecer quantos machos precisam ser liberados, por quanto tempo e onde, a fim de suprimir eficazmente as populações naturais.
Outro objetivo é usar os machos geneticamente modificados em conjunto com métodos de controle normal para combater a dengue. Os pesquisadores já realizaram testes na Malásia, e tem autorização para realizar ensaios em muitos outros países afetados pela dengue, como Brasil, França, Índia, EUA, Tailândia, Cingapura e Vietnã.
A ideia é convencer os países de que a modificação genética é uma estratégia que pode salvar vidas e prevenir a dengue. [NewScientist]
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