Nanicos lideram pressão por aumento do salário de deputados e senadores
O aumento do salário de deputados e senadores, que voltou à pauta
de discussões no Congresso na última semana, tem nos partidos me-
nores, os chamados nanicos, sua principal força de pressão para que
seja aprovado. Embora a proposta conte com a simpatia de pratica
de discussões no Congresso na última semana, tem nos partidos me-
nores, os chamados nanicos, sua principal força de pressão para que
seja aprovado. Embora a proposta conte com a simpatia de pratica
-mente todas as legendas - incluindo PT, PMDB e PSDB - coube às
siglas menos expressivas a defesa mais contundente do reajuste.
siglas menos expressivas a defesa mais contundente do reajuste.
Em entrevista ao R7, representantes de vários desses partidos propõem
a equiparação dos seus salários com o que ganham os ministros do STF
(Supremo Tribunal Federal) - R$ 26.723 -, valor considerado o teto para
o funcionalismo público. Hoje, deputados e senadores ganham, cada um,
a equiparação dos seus salários com o que ganham os ministros do STF
(Supremo Tribunal Federal) - R$ 26.723 -, valor considerado o teto para
o funcionalismo público. Hoje, deputados e senadores ganham, cada um,
R$ 16.512, mais uma série de benefícios e verbas de ajuda.
Na defesa do reajuste, quase todos os líderes ouvidos pela reportagem repetem
basicamente três argumentos - de acordo com eles, o reacerto é necessário,
pois é preciso repor a inflação desde 2007, quando houve o último aumento;
aproveitar o fim da atual legislatura; e corrigir a “distorção” que existe entre
salários do Legislativo e do Executivo em relação ao Judiciário.
basicamente três argumentos - de acordo com eles, o reacerto é necessário,
pois é preciso repor a inflação desde 2007, quando houve o último aumento;
aproveitar o fim da atual legislatura; e corrigir a “distorção” que existe entre
salários do Legislativo e do Executivo em relação ao Judiciário.
Na Câmara dos Deputados, onde se concentra a discussão sobre o aumento,
a tese da mera correção pela inflação é minoritária e apenas o PSOL a defende.
a tese da mera correção pela inflação é minoritária e apenas o PSOL a defende.
Pelas contas dos parlamentares, considerando a inflação acumulada nos últimos
três anos, de 17,8%, o salário de deputados e senadores iria para R$ 19.451.
três anos, de 17,8%, o salário de deputados e senadores iria para R$ 19.451.
A maioria dos nanicos na Câmara, porém, quer mais: os mesmos R$ 26.723 dos
ministros do Supremo. É pelo que protesta o líder do PTC, Carlos William (MG).
- Um ministro do Supremo Tribunal é o mesmo nível de poder de um deputado
federal. Todos eles estão no poder máximo dessas classes. Tem que ter uma
uniformização.
federal. Todos eles estão no poder máximo dessas classes. Tem que ter uma
uniformização.
Para reforçar a ideia de equiparação, os deputados têm defendido também a
extensão do aumento para membros do Executivo. Hoje, o presidente da Re-
pública ganha pouco mais de R$ 8.000.
extensão do aumento para membros do Executivo. Hoje, o presidente da Re-
pública ganha pouco mais de R$ 8.000.
O líder do PSC, Hugo Leal (RJ), reforça o argumento.
- Tem que elevar o teto para todos os Poderes. Não tem sentido essa diferença
entre Legislativo, Executivo e Judiciário. Tem que ser o teto para todos.
entre Legislativo, Executivo e Judiciário. Tem que ser o teto para todos.
A tese ganha força também no PMDB. Integrante da Mesa Diretora, que deve
negociar o novo valor, o deputado Manoel Júnior (PB) faz coro com o baixo clero.
negociar o novo valor, o deputado Manoel Júnior (PB) faz coro com o baixo clero.
- Existe, do ponto de vista de representação do povo, alguma diferença entre um
senador da República e um presidente? Entre um presidente da República e um
ministro? Todos têm uma responsabilidade muito grande.
senador da República e um presidente? Entre um presidente da República e um
ministro? Todos têm uma responsabilidade muito grande.
Sociedade
Exceção à regra, o líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO),
prefere não estabelecer um valor. Diz que a questão tem que ser discutida
com a sociedade.
prefere não estabelecer um valor. Diz que a questão tem que ser discutida
com a sociedade.
- Qual é o salário que um político tem que receber para ter uma atividade
representativa sem comprometimento com ninguém? Se eu não ganhar nada,
como é que exerço o mandato? Não sou eu que tenho que responder, é a sociedade.
representativa sem comprometimento com ninguém? Se eu não ganhar nada,
como é que exerço o mandato? Não sou eu que tenho que responder, é a sociedade.
Arantes defende que o reajuste seja decidido só no ano que vem, no bojo de uma
reforma política que também discuta o financiamento público de campanha.
Já o líder do PTC, Carlos William (MG), também prefere adiar a discussão
para não aumentar as despesas ao novo governo.
reforma política que também discuta o financiamento público de campanha.
Já o líder do PTC, Carlos William (MG), também prefere adiar a discussão
para não aumentar as despesas ao novo governo.
- O governo novo não está contando com essas despesas. Isso vai mexer nos
cofres não só da União, mas dos Estados e municípios. Isso tem que ser adiado
para ser mais preparado.
cofres não só da União, mas dos Estados e municípios. Isso tem que ser adiado
para ser mais preparado.
O adiamento, porém, é uma exceção. Mesmo os partidos maiores, como
PT e PMDB, por exemplo, devem atender ao pedido da maioria para votar
o aumento ainda neste ano.
PT e PMDB, por exemplo, devem atender ao pedido da maioria para votar
o aumento ainda neste ano.
O argumento é um artigo dispositivo da Constituição que diz que uma
legislatura define os salários da seguinte.
legislatura define os salários da seguinte.
A norma foi revogada em 1998 – permitindo que isso seja feito em qualquer
período — mas ainda é usada para justificar o aumento. Segundo o vice-
presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), o objetivo é aprovar o
aumento até o dia 21 de dezembro, último dia de decisões do Congresso neste
período — mas ainda é usada para justificar o aumento. Segundo o vice-
presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), o objetivo é aprovar o
aumento até o dia 21 de dezembro, último dia de decisões do Congresso neste
ano.
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