ALTA DE 8% Exportações têm 2º melhor janeiro dos últimos 10 anos


Resultado assinalado no primeiro mês de 2011 deixou o Ceará na 5ª posição no ranking nordestino
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Após encerrar o ano passado com o patamar recorde de US$ 1,26 bilhão, as exportações cearenses iniciaram 2011 sinalizando mais uma boa temporada para o setor. Em janeiro, as vendas ao mercado internacional somaram US$ 108,8 milhões, registrando avanço de 8% ante igual período de 2010 e atingindo o segundo melhor desempenho para a série desse mês dos últimos dez anos - abaixo apenas de 2008 (US$ 110,3 milhões). 

As informações estão presentes no estudo Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN), ligado à Fiec, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

De acordo com Eduardo Bezerra, superintendente do CIN, o resultado já era previsto. "O Ceará tem uma linha de equilíbrio de US$ 100 milhões em exportações. Quando atingimos esse nível, significa que as empresas estão trabalhando dentro da normalidade", explica.

Em comparação com o mês imediatamente anterior, dezembro de 2010 (em que o montante foi de US$ 132 milhões), o valor exportado teve decréscimo de 22%.

Recuo natural
Conforme Bezerra, é natural que, no início do ano, os indicadores do setor retrocedam. "Todo segundo semestre é mais denso de atividade do que o primeiro. Em janeiro e fevereiro, as indústrias estão analisando resultados, fazendo balanços. Mas, a partir de março, a atividade retoma um nível mais elevado", frisa.

No ranking nordestino, o Estado se situa apenas em quinto lugar, mesma posição conquistada em 2010. A Bahia segue com larga vantagem na liderança (US$ 601 milhões), com fatia de 48% de tudo que foi exportado na região.

De acordo com o levantamento, um conjunto de 170 produtos foi destinado ao exterior durante janeiro, representando uma redução de 22% ante igual período do ano passado. A quantidade de itens é superior apenas à assinalada em janeiro de 2002, quando 143 variedades deixaram o Ceará rumo ao mercado internacional.

Principais produtos
Os calçados seguem como os impulsionadores dos embarques internacionais cearenses, assinalando US$ 36,3 milhões em janeiro e garantindo participação 33,4%. Apesar da plena liderança na pauta de produtos, esses itens sofreram recuo de 18,7%. As castanhas de caju (US$ 20,4 milhões) e os couros (US$ 13,6) completam o pódio.

Dentre os destinos das mercadorias produzidas no Ceará, os Estados Unidos iniciaram 2011 mantendo o principal posto. A nação norte-americana importou US$ 31,2 milhões, sendo responsável por adquirir 28,7% dos produtos cearenses.

De lá para cá
As importações do Estado fecharam janeiro em US$ 119,7 milhões, alta de apenas 2,8% em relação à igual época de 2010. O ferro e o aço foram os itens preponderantes, com US$ 20,7 milhões. Com o resultado dos desembarques, a balança comercial encerrou o mês negativa em US$ 10,9 milhões.

Montante
108 milhões de dólares foram vendidos em mercadorias cearenses para países estrangeiros no primeiro mês deste ano. Em janeiro de 2010, montante havia sido de US$ 100,7 milhões.

MESMO COM CÂMBIO BAIXO

Resultado de 2010 pode ser batido

Mesmo com dólar desvalorizado, quantia exportada em 2010 pode ser ultrapassada, estima superintendente do CIN
Para o superintendente do CIN, Eduardo Bezerra, a questão cambial, que impele fortes impactos às exportações e importações, pode ser contornada por meio de investimentos em infraestrutura de transportes e de uma simplificação da burocracia das exportações.

Embora seja positiva para as importações, a atual taxa do dólar, que tem passeado entre os valores de R$ 1,66 e R$ 1,70, é considerada desfavorável às empresas que comercializam seus produtos com outras nações. Mas, ainda assim, o especialista considera possível ultrapassar o resultado obtido ano passado, quando foi exportado o montante de US$ 1,26 bilhão.

"Considerando que, no ano de 2010, o Ceará chegou ao mesmo nível anterior ao da crise de 2008 e 2009, é de se esperar que, ao fim de 2011, o patamar das exportações seja ultrapassado", estima, sem querer projetar um valor preciso para o fim deste ano.

Burocracia
A fim de que essa meta seja alcançada em um cenário cambial problemático para o setor, Bezerra frisa que são fundamentais melhorias na questão burocrática.

"Para se ter uma ideia, um brasileiro que quiser exportar no Porto do Mucuripe, por exemplo, precisa de nove papéis; um americano, no Porto de Nova York, precisa de sete; e um chinês no Porto de Xangai necessita apenas de cinco". Segundo ele, "a simplificação do trânsito de documentos para exportação poderá representar uma desoneração que servirá de compensação à taxa de câmbio desfavorável".

Transporte
Eduardo Bezerra afirma, ainda, que a infraestrutura rodoviária brasileira é outro importante entrave para o mercado exportador. Ele acredita, no entanto, que, com a proximidade da Copa do Mundo de Futebol, em 2014 - evento do qual Fortaleza será uma das sedes - esses gargalos referentes ao transportes devam ser diminuídos. (VX)

Meta
"É de se esperar que, ao fim de 2011, o patamar das exportações seja ultrapassado"
Eduardo BezerraSuperintendente do CIN
VICTOR XIMENESREPÓRTER

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