Mantega: governo não vai intervir no câmbio; dolar passa R$ 2
A desvalorização do real “não preocupa” o governo brasileiro, que “nunca estabeleceu e nem vai estabelecer” um parâmetro de preço para o dólar. “O dólar é flutuante ele vai flutuar de acordo com o mercado”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A moeda norte-americana abriu nesta segunda (14) em alta. No início da tarde, o dólar ultrapassou a barreira dos R$ 2,00.
Mantega preferiu olhar a valorização da moeda-norte americana pela ótica das exportações, lembrando os efeitos benéficos da desvalorização cambial para a indústria do país. “O dólar alto beneficia a economia brasileira, porque dá mais competitividade para os produtos. Significa que a indústria brasileira pode competir melhor com os produtos importados, que ficam mais caros, e pode exportar mais barato, portanto, não preocupa.”
A alta do dólar é atribuída à crise econômica que atinge a zona do euro, em especial, à situação da Grécia. O país enfrenta uma grave crise fiscal, aliada à instabilidade política. Desde as eleições parlamentares do início do mês, quando nenhum partido conseguiu maioria, o governo grego não consegue formar um governo.
Neste domingo (13), o presidente da Grécia, Karolos Papoulias, e os líderes dos três principais partidos do país fracassaram em mais uma tentativa de montar um governo de coalizão. Diante da situação grega, analistas já cogitam a hipótese de a Grécia deixar o grupo de países que adotou o euro como moeda única.
Bolsa
Outro reflexo da crise mundial e da economia globalizada atingiu as bolsas de valores europeias que fecharam com o menor nível em quatro meses e meio nesta segunda-feira (14).
O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, fechou em queda de 1,79%, aos 1.004 pontos. Foi o menor nível de encerramento do índice pelo menos desde 30 de dezembro último. Já o índice de volatilidade Euro STOXX 50, principal medidor de ansiedade entre os investidores da região, saltou quase 12%.
No Brasil, a Bovespa segue em baixa. Por volta das 14h30, o Ibovespa, índice que reúne as principais ações da Bolsa, registrava queda de 1,96%, aos 58.278 pontos.
"Sem sinais positivos reais a serem extraídos do cenário econômico global, enquanto a crise do euro cresce a cada dia, os investidores estão de saída", afirmou o chefe de derivativos da Interactive Investor, Mike McCudden.
"Algumas ações estão, inclusive, começando a parecer muito baratas, mas investidores seguem a adotar uma aproximação para liquidação, até que a tempestade tenha passado", acrescentou.
Em Londres, o índice Financial Times caiu 1,97%, a 5.465 pontos.
Em Frankfurt, o índice DAX recuou 1,94%, para 6.451 pontos.
Em Paris, o índice CAC-40 teve baixa de 2,29%, a 3.057 pontos.
Em Milão, o índice Ftse/Mib desvalorizou-se 2,74%, para 13.660 pontos.
Em Madri, o índice Ibex-35 recuou 2,66%, a 6.809 pontos.
Em Lisboa, o índice PSI20 registrou queda de 1,94%, para 5.078 pontos.
O dólar terminou o pregão de hoje cotado a R$ 1,989 e alta de 1,73% em relação à última sexta-feira (11). Mas, no início da tarde, a moeda norte-americana cravou cotação de R$ 2,00 – valor mais alto desde 13 de julho de 2009.
Com informações da Agência Brasil e da Folha.com
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