Semana Nacional de Museus aborda influência da imigração
O bairro da Liberdade, em São Paulo, exemplifica bem a atualidade de Cosmópolis, livro de Guilherme de Almeida com crônicas escritas na década de 1920. “Ele traça o perfil de oito bairros considerados estrangeiros na capital. Ele vai destacar a presença e o costume de imigrantes como algo que ao mesmo tempo é exótico, é diferente, mas que também passa a fazer parte cada vez mais de São Paulo”, explica a coordenadora da Unidade de Museus da Secretaria de Estado da Cultura, Claudinéli Ramos.
É nesta obra que se baseia a programação da Semana Nacional dos Museus no estado.Desde a publicação do livro, em 1962, alguns dos bairros descritos até deixaram de existir, mas outros ainda refletem as características vistas pelo poeta. “A gente vai ter uma continuidade desse estranhamento e dessa integração ainda hoje. A gente vai ter a Liberdade, que é o nosso bairro japonês, perfeitamente integrada ao modo de viver paulista”, destaca Claudinéli.
Esse é o espírito que norteia as exposições, sobre o tema das imigrações, que ocorrem em 18 museus administrados pela secretaria de 14 a 20 de maio. “Nós vamos mostrar nos nossos museus de maneiras bastante diferentes e complementares como essa multiplicidade, essa combinação de culturas vai resultar no que é, talvez, a característica mais forte da cultura paulista”, acrescenta a diretora.
Na Casa Guilherme Almeida, na capital, será feita uma série de palestras e discussões, entre elas, uma mesa-redonda para trabalhar a presença do imigrante na literatura brasileira. O visitante poderá ainda ver o acervo do museu que conta com obras dos principais artistas modernistas, como Anita Malfati e Tarsila do Amaral.
A história do bairro do Bom Retiro, na região central de São Paulo, onde residem grupos de várias nacionalidades, incluindo judeus, bolivianos e coreanos será contada no Catavento. As sessões acontecem de 15 a 18 de maio às 14h.
O Museu da Língua Portuguesa, ao lado da Estação da Luz, centro paulistano, fará no dia 20, às 15h, a visita temática Antropofagia das Palavras. A atividade estimulará os visitantes a perceberem o uso de termos indígenas, de origem africana, e trazidos por imigrantes na língua portuguesa.
Daniel Mello, para a Agência Brasil
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