Pedro Nunes destaca o concurso de poesia idealizado pelo jornalista Evaldo Costa
CANTE O CARIRI
Jabitacá, serra minha de meus amores, separa as águas do Cariri das águas do Moxotó e do Pajeú, mas não separa as pessoas que vivem lá, nem fragmenta os bens culturais, que estes se fundem num todo indissociável. Em alguns pontos, o espinhaço da serra se quebra e, como se estivesse num único território, a gente transita livremente de um lado para o outro, sem ter que enfrentar nenhum tipo de barreira. Nos dois lados, o idioma é o mesmo, a linguagem comum, a poesia. Cadência, métrica, rimas e ritmos são medidas que vagam nos ouvidos de cada um vivente que se apaixona por esta pátria chamada Sertão.
Em se tratando de cantares, dizem que tudo começou lá na Serra do Teixeira, de onde olhos sensíveis enxergam a imensidão de horizontes sem fim, em atitude de reflexão à procura do belo.
Consta que, no final do Século XVIII e início do Século XIX, nasceu e viveu nas quebradas do Teixeira o primeiro violeiro do Brasil. Chamava-se Agostinho Nunes da Costa. Homem opinioso e inteligente, aquele Agostinho! Encheu o mundo-sertão com descendência de poetas improvisadores, gente dotada de talento sem beira.
Às vezes, chego mesmo a pensar que a poesia segue os caminhos das águas. Lá naquela serra dita Teixeira, fica o Pico do Jabre, penedia granítica, com 1.197m de altura. É um dispersor de águas que banham grande parte do Pajeú e do Planalto da Borborema. Veja os vários destinos que as água tomam. Da vertente sul, partem as correntezas que se avolumam na direção oeste. Nas serras da Balança e Cariris Velhos, municípios de São José do Egito e Brejinho, as correntezas formam as nascentes do Pajeú, cujas águas descem apressadas para o abraço amoroso com o Velho Chico. Na vertente norte, as cabeceiras do Espinharas, afluente do Piranhas. Da serra do Teixeira, também descem as águas que escorrem pelo chapadão na direção sul, até caírem no leito do Paraíba, o maior rio do Estado.
Nos espaços geográficos banhados por aqueles rios, terras férteis, águas barrentas, clima miraculoso, céus azuis. Poetas possuidores de inteligências múltiplas e fulgurantes. Naquele mundo de sol, pedras e espinhos, nasceram os poetas Agostrinho Nunes da Costa e seus filhos, Nicandro e Ungolino, dois grandes vates da poesia, além de Leandro Gomes de Barros, criador o folheto de cordel; os três irmãos Batista, que, durante anos, comandaram o reinado da cantoria nas terras do Pajéu, Germano da Lagoa, Romano da Mãe d´Água, Inácio da Catingueira, Bernardo Nogueira e, nas águas do Cariri, Pinto do Monteiro, também chamado a Cascavel do Repente. Estes e outros poetas populares geniais, cantando desafios improvisados mundo afora, distinguiram a cultura nordestina com uma marca de singularidade inconfundível.
Cariri, Moxotó e Pajeú, três regiões vocacionadas para poesia e música de valor, continuam produzindo talentos, que não perdem qualidade, mesmo diante da planificação cultural causada pelo processo de globalização, fenômeno de comunicação de massa que desconhece fronteiras.
Bom é que, mundo afora, não faltam admiradores dos bens culturais nordestinos. Incentivadores, também não. Permitam-me destacar um deles: o jornalista Evaldo Costa, natural de Parari, município localizado nas terras do Cariri paraibano. Evaldo acaba de lançar interessante concurso literário chamado CANTE O CARIRI. A ideia é duplamente feliz: o propósito e a beleza estética do cartaz divulgador do certame literário, de que você pode participar com um ou mais poemas.
Eis uma oportunidade de poetas ainda desconhecidos ganharem valiosos prêmios e conquistarem espaço na mídia, já que o anonimato é perverso e costuma jogar na vala do esquecimento pessoas talentosas.
O concurso CANTE O CARIRI é um esforço para ampliar o gosto pela leitura e a escrita. Poesia educa porque desenvolve a sensibilidade para o lado belo do mundo e da vida.
Inscreva-se através do site http://www.cuca.org.br/concurso/ que você pode estar dando o primeiro passo para uma carreira literária de sucesso.
PEDRO NUNES FILHO
É advogado e escritor.
pnunesfilho@yahoo.com.br
Jabitacá, serra minha de meus amores, separa as águas do Cariri das águas do Moxotó e do Pajeú, mas não separa as pessoas que vivem lá, nem fragmenta os bens culturais, que estes se fundem num todo indissociável. Em alguns pontos, o espinhaço da serra se quebra e, como se estivesse num único território, a gente transita livremente de um lado para o outro, sem ter que enfrentar nenhum tipo de barreira. Nos dois lados, o idioma é o mesmo, a linguagem comum, a poesia. Cadência, métrica, rimas e ritmos são medidas que vagam nos ouvidos de cada um vivente que se apaixona por esta pátria chamada Sertão.
Em se tratando de cantares, dizem que tudo começou lá na Serra do Teixeira, de onde olhos sensíveis enxergam a imensidão de horizontes sem fim, em atitude de reflexão à procura do belo.
Consta que, no final do Século XVIII e início do Século XIX, nasceu e viveu nas quebradas do Teixeira o primeiro violeiro do Brasil. Chamava-se Agostinho Nunes da Costa. Homem opinioso e inteligente, aquele Agostinho! Encheu o mundo-sertão com descendência de poetas improvisadores, gente dotada de talento sem beira.
Às vezes, chego mesmo a pensar que a poesia segue os caminhos das águas. Lá naquela serra dita Teixeira, fica o Pico do Jabre, penedia granítica, com 1.197m de altura. É um dispersor de águas que banham grande parte do Pajeú e do Planalto da Borborema. Veja os vários destinos que as água tomam. Da vertente sul, partem as correntezas que se avolumam na direção oeste. Nas serras da Balança e Cariris Velhos, municípios de São José do Egito e Brejinho, as correntezas formam as nascentes do Pajeú, cujas águas descem apressadas para o abraço amoroso com o Velho Chico. Na vertente norte, as cabeceiras do Espinharas, afluente do Piranhas. Da serra do Teixeira, também descem as águas que escorrem pelo chapadão na direção sul, até caírem no leito do Paraíba, o maior rio do Estado.
Nos espaços geográficos banhados por aqueles rios, terras férteis, águas barrentas, clima miraculoso, céus azuis. Poetas possuidores de inteligências múltiplas e fulgurantes. Naquele mundo de sol, pedras e espinhos, nasceram os poetas Agostrinho Nunes da Costa e seus filhos, Nicandro e Ungolino, dois grandes vates da poesia, além de Leandro Gomes de Barros, criador o folheto de cordel; os três irmãos Batista, que, durante anos, comandaram o reinado da cantoria nas terras do Pajéu, Germano da Lagoa, Romano da Mãe d´Água, Inácio da Catingueira, Bernardo Nogueira e, nas águas do Cariri, Pinto do Monteiro, também chamado a Cascavel do Repente. Estes e outros poetas populares geniais, cantando desafios improvisados mundo afora, distinguiram a cultura nordestina com uma marca de singularidade inconfundível.
Cariri, Moxotó e Pajeú, três regiões vocacionadas para poesia e música de valor, continuam produzindo talentos, que não perdem qualidade, mesmo diante da planificação cultural causada pelo processo de globalização, fenômeno de comunicação de massa que desconhece fronteiras.
Bom é que, mundo afora, não faltam admiradores dos bens culturais nordestinos. Incentivadores, também não. Permitam-me destacar um deles: o jornalista Evaldo Costa, natural de Parari, município localizado nas terras do Cariri paraibano. Evaldo acaba de lançar interessante concurso literário chamado CANTE O CARIRI. A ideia é duplamente feliz: o propósito e a beleza estética do cartaz divulgador do certame literário, de que você pode participar com um ou mais poemas.
Eis uma oportunidade de poetas ainda desconhecidos ganharem valiosos prêmios e conquistarem espaço na mídia, já que o anonimato é perverso e costuma jogar na vala do esquecimento pessoas talentosas.
O concurso CANTE O CARIRI é um esforço para ampliar o gosto pela leitura e a escrita. Poesia educa porque desenvolve a sensibilidade para o lado belo do mundo e da vida.
Inscreva-se através do site http://www.cuca.org.br/concurso/ que você pode estar dando o primeiro passo para uma carreira literária de sucesso.
PEDRO NUNES FILHO
É advogado e escritor.
pnunesfilho@yahoo.com.br
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