NO CEARÁ Exportação de calçados recua 44% no bimestre
Além da queda no número de pares vendidos, a redução ocorreu também no valor faturado em dólares
O primeiro bimestre de 2011 não agradou em nada o setor industrial brasileiro de calçados. Em relação a igual intervalo do ano passado, houve recuos respectivos de 32% e 15% na quantidade de pares vendidos para o exterior e no valor total faturado em dólares.
A queda nas exportações dos dois principais estados produtores do Brasil foi determinante para o desempenho negativo, especialmente, em um deles, o Ceará. Por aqui, o baque foi de 44% em pares exportados e 21% em dólares ganhos. No Rio Grande do Sul, o outro grande expoente do setor, a retração foi de 28% e 20%, respectivamente. Para se ter uma ideia da proporção da perda é necessário consultar os números absolutos.
No acumulado entre janeiro e fevereiro deste ano, deixaram de ser exportados quase 11 milhões de pares de calçados ante igual período de 2010. Isso significa uma diferença de quase US$ 50 milhões para menos no caixa das fábricas. O impacto no resultado nacional se deve, em sua maior parte, pelo baixo desempenho nas vendas cearenses para o mercado internacional.
No Estado, a diferença foi de pouco mais de oito milhões no número de unidades, ou seja, US$ 17 milhões que poderiam ter entrado no Ceará e não vieram. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Redução no consumo
Na opinião de Cristiano Körbes, gerente de Projetos do Brazilian Footwear, programa de incentivo às exportações da Abicalçados, que existe há 10 anos, em parceria com a Apex Brasil, uma série de fatores ocorridos simultaneamente provocaram esse recuo nas vendas para o exterior, sobretudo, a diminuição acentuada no ritmo de compra dos grandes importadores.
"A leitura que pode ser feita é que houve uma redução muito grande naqueles tradicionais mercados de consumo: Estados Unidos, Itália e Reino Unido", comenta Cristiano. Ele ressalta que ainda são os resquícios dos efeitos das últimas crises internacionais. "Ainda não houve recuperação plena. A gente vem notando isso já há algum tempo", complementa.
Desequilíbrio cambial
Outro aspecto importante que não pode deixar de ser mencionado é o desequilíbrio cambial. Segundo o representante da Abicalçados, a competitividade dos produtos brasileiros com os calçados chineses, por exemplo, fica ainda mais injusta em virtude da valorização do real frente ao dólar. "Ao mesmo tempo, o dólar baixo, a R$ 1,64, é muito ruim para o setor. A concorrência com os chineses fica mais desleal e acaba afetando os negócios. O ideal é que o patamar mínimo ficasse o mais próximo de R$ 1,80", avalia.
Um terceiro ponto negativo, na visão do especialista, é o que, segundo ele, os industriais brasileiros têm combatido fortemente através do Programa Brazilian Footwear: a substituição da marca da mercadoria nacional por uma outra, de propriedade do comprador estrangeiro. "O cliente leva o nosso calçado, mas coloca a marca dele na hora de revender em seu país de origem. Isso é bastante comum. Por isso, fica muito mais fácil ele trocar de fornecedor por outro por qualquer motivo que seja. Como o valor do produto, por exemplo. Esse mercado é muito sensível a preço".
Para minimizar a prática, a Abicalçados apoia a participação das empresas na definição de ações prioritárias, como a missão que retornou da China, no início deste mês, depois de apresentar as marcas nacionais. "É o tipo de trabalho em que acreditamos que vai fortificar nossa indústria. O objetivo principal é consolidar a marca própria brasileira lá fora", explica. Segundo Cristiano, o Brasil já está reagindo a partir da procura de outros destinos. "Nosso produto está indo para mercados emergentes, especialmente a Rússia, bem como, países da América Latina, que antes não compravam", ressalta.
ILO SANTIAGO JR.REPÓRTER
O primeiro bimestre de 2011 não agradou em nada o setor industrial brasileiro de calçados. Em relação a igual intervalo do ano passado, houve recuos respectivos de 32% e 15% na quantidade de pares vendidos para o exterior e no valor total faturado em dólares.
A queda nas exportações dos dois principais estados produtores do Brasil foi determinante para o desempenho negativo, especialmente, em um deles, o Ceará. Por aqui, o baque foi de 44% em pares exportados e 21% em dólares ganhos. No Rio Grande do Sul, o outro grande expoente do setor, a retração foi de 28% e 20%, respectivamente. Para se ter uma ideia da proporção da perda é necessário consultar os números absolutos.
No acumulado entre janeiro e fevereiro deste ano, deixaram de ser exportados quase 11 milhões de pares de calçados ante igual período de 2010. Isso significa uma diferença de quase US$ 50 milhões para menos no caixa das fábricas. O impacto no resultado nacional se deve, em sua maior parte, pelo baixo desempenho nas vendas cearenses para o mercado internacional.
No Estado, a diferença foi de pouco mais de oito milhões no número de unidades, ou seja, US$ 17 milhões que poderiam ter entrado no Ceará e não vieram. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Redução no consumo
Na opinião de Cristiano Körbes, gerente de Projetos do Brazilian Footwear, programa de incentivo às exportações da Abicalçados, que existe há 10 anos, em parceria com a Apex Brasil, uma série de fatores ocorridos simultaneamente provocaram esse recuo nas vendas para o exterior, sobretudo, a diminuição acentuada no ritmo de compra dos grandes importadores.
"A leitura que pode ser feita é que houve uma redução muito grande naqueles tradicionais mercados de consumo: Estados Unidos, Itália e Reino Unido", comenta Cristiano. Ele ressalta que ainda são os resquícios dos efeitos das últimas crises internacionais. "Ainda não houve recuperação plena. A gente vem notando isso já há algum tempo", complementa.
Desequilíbrio cambial
Outro aspecto importante que não pode deixar de ser mencionado é o desequilíbrio cambial. Segundo o representante da Abicalçados, a competitividade dos produtos brasileiros com os calçados chineses, por exemplo, fica ainda mais injusta em virtude da valorização do real frente ao dólar. "Ao mesmo tempo, o dólar baixo, a R$ 1,64, é muito ruim para o setor. A concorrência com os chineses fica mais desleal e acaba afetando os negócios. O ideal é que o patamar mínimo ficasse o mais próximo de R$ 1,80", avalia.
Um terceiro ponto negativo, na visão do especialista, é o que, segundo ele, os industriais brasileiros têm combatido fortemente através do Programa Brazilian Footwear: a substituição da marca da mercadoria nacional por uma outra, de propriedade do comprador estrangeiro. "O cliente leva o nosso calçado, mas coloca a marca dele na hora de revender em seu país de origem. Isso é bastante comum. Por isso, fica muito mais fácil ele trocar de fornecedor por outro por qualquer motivo que seja. Como o valor do produto, por exemplo. Esse mercado é muito sensível a preço".
Para minimizar a prática, a Abicalçados apoia a participação das empresas na definição de ações prioritárias, como a missão que retornou da China, no início deste mês, depois de apresentar as marcas nacionais. "É o tipo de trabalho em que acreditamos que vai fortificar nossa indústria. O objetivo principal é consolidar a marca própria brasileira lá fora", explica. Segundo Cristiano, o Brasil já está reagindo a partir da procura de outros destinos. "Nosso produto está indo para mercados emergentes, especialmente a Rússia, bem como, países da América Latina, que antes não compravam", ressalta.
ILO SANTIAGO JR.REPÓRTER
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