INTOLERÂNCIA RELIGIOSA Grupos afros fazem ato em Juazeiro


Vestidos de branco, seguidores de religiões afros participam de caminhada em defesa dos grupos no Cariri
Clique para AmpliarJuazeiro do Norte. A cidade que tem a marca forte da religiosidade popular terá nas principais ruas do Centro da cidade, amanhã, a 2ª Caminhada de Combate à Intolerância Religiosa, que acontece a partir das 16 horas, com concentração às 15 horas, na Praça da Prefeitura.

O evento é uma promoção de diversas entidades e grupos de religião afro da região. Somente em Juazeiro do Norte são mais de 40 terreiros. Este ano, segundo os organizadores, também participarão grupos do Crato. A expectativa é de que participem da caminhada mais de 2 mil pessoas. A pretensão é que a data, nacional, passe a fazer parte do calendário de eventos da cidade cearense.

O Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec) é uma das instituições à frente da caminhada. Segundo o integrante da Organização Não Governamental, professor Edilson Botelho Pereira Luna, o evento tem a finalidade de reunir o maior número possível de integrantes das religiões negras. 

É uma oportunidade de mostrar o misticismo religioso existente no Cariri. Ano passado, homens, mulheres, jovens e crianças saíram às ruas vestidos com roupas dos rituais do Candomblé, chamando a atenção da população de Juazeiro. Os participantes são convidados a vestirem branco durante o cortejo. Mas as baianas estarão também vestidas de branco, com turbantes e com colares de conta no pescoço.

No trio elétrico, o som dos tambores e a voz do canto que veio da África irá ecoar pela liberdade de culto sem preconceito. "Levar essas pessoas às ruas é uma questão de justiça. Temos uma dívida com os africanos. Investir é reconhecer", diz o professor.

Cultura de paz
A caminhada vai até a Praça Padre Cícero, onde haverá a apresentação dos grupos. Na tentativa de contribuir com uma cultura de paz por reconhecer a gravidade da discriminação religiosa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 11.635 de dezembro de 2007. 

A lei instaura o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data é uma homenagem à memória de Mãe Gilda, da Bahia. Ela teve sua fotografia publicada em um jornal evangélico de grande circulação, em que foi associada ao charlatanismo. Fragilizada por esse atentado moral, a mãe de santo faleceu de infarto em 21 de janeiro de 2000.

MAIS INFORMAÇÕESGrupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec), Rua Cel. Secundo, 263
Centro, Crato (CE) - Região Cariri
Telefone: (88) 3521.0486

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